Estou diante do espelho da casa grande,
os corredores atiram-me minha imagem,
sou sozinha no mundo, só eu no reflexo,
quantas rugas, anos indúbitos e largos
Espio os horizontes daquele desenho,
daquela anunciação que vai se apagar:
são minhas passagens: horas e horas,
Lamento? Quase nenhum: um quedar.
A água calma que se instala nas marcas,
ainda me diz, mesmo que em rebento:
da perda santa do beijo da vida inteira.
São vagões de um trem em disparada.
Trilhas de muitas cidades, belas idades.
Como agora: feliz aqui, isso é verdade.
Neusa Azevedo
terça-feira, 2 de junho de 2009
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