Que tristeza é essa em minha porta?
Sentimento de canária sem voz veloz,
dós, remi, sós, hoje não há sol nenhum.
Pra lá, pra lá, baixinho sofrer, sofrer.
Onde eu vou conseguir o canto?
Onde eu vou cantar meu manto?
Não sei dizer, nada dizer...pronto.
O pano é verônica, é santo.
A mágoa escura chora milagre.
Que tristeza é essa em minha porta?
Uma letra virando morta, torta, horta.
A chuva me faz crescer, reter.
Fiquei miudinha, grão de milho, grão.
Sou toda assim pouquinha e rocinha.
De que vale a transformação de tudo?
Ainda sou as notas profundas do mar,
navegando braços da onda da solidão.
Pra lá, pra lá: dó re mi só sou só.
Sou a tristeza mais vaga da pena canção.
Neusa Azevedo
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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