sábado, 27 de novembro de 2010

Há Dias

Por que esta tristeza sem nome?
Por que este quedar sem encosto?
Por que esta vontade sem lugar?
Por que todas as ruas incertas?


Tem dias que a gente se sente um rosto sem marcas.
Lisa é a face por mais e mais que ela arrepie em anos.
Tantos são os caminhos que também foram embora.
Nem mesmo os anos de futuro incerto corrigem-me.

Porque há dias que nascem para nos dizer adeus.
Porque nossa face não é um livro dentro do tempo.
Porque nossos rumos sempre vão virar uma esquina.
Porque de amanhã vivem meus sonhos de agora.

Corrija-me virtudes dos ascetas.
Dê-me risos e sofás dos deuses.
Coloque-me face ao meu amor.
Dê-me ruas, avenidas e nomes.

Não há nenhum dia que não tece seu bordado.