De todas as máscaras que usei,
uma me parece pregada à cara,
porque não sei ao certo se é máscara,
mas roupagem deve ser já que me mostra.
Sim, minhas faces tantas, deveriam ser simples e verdadeiras:
onde o aconchego em mim me revela a mim.
Não ouso despir-me frente ao espelho.
Quando os fragmentos se juntam eu me caibo em maquiagem,
tenho um rosto qualquer que se dá aos outros,
tenho um rosto qualquer que se quer eu.
No entanto, quando consigo me olhar antes ou depois da idealização?
Sou persona em teatros vários,
querendo ser mais pura, mais inteira, mais real.
um ser melhor no melhor dos mundos.
Se colho em meu íntimo para soltar fora, como não me copiar?
sou mesmo, inconformadamente, pedaços, desenhos, sombras.
Sou faíscas que se colam ao meu corpo, outras rodopiam e vão-se embora.
mas, a máscara que não se desprega de mim e em mim me apavora
é pensar que sei o saber de gostar, que nos dias vividos, aprendi a amar.
Neusa Azevedo
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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