terça-feira, 2 de junho de 2009

sempre Filhos

Quantas mães eu tenho?
Remendos vazios de filho.
Quantas mães eu tenho?
Necessidades de perdão.
Quantas mães me vigiam?
Proibições de ir à contramão.
Quantas mães são eternas?
São eras-eras primaveras.
Elas vêm habitam o reino,
dão-nos leite, carinho, dor.
Mães canguru, mães bolsas.
Mães saltam com filhos.
Floresta amazônica: se
perdem o verde e os filhotes,
ameaçam o mundo de extinção.

Ao dar a luz, a mãe aperta
o bichinho do filho no peito.
Um selo o pequeno recebe:
Um amor para o sempre,
para todo o sempre.
Pode ele navegar mares,
voar céus;
romper estradas;
tornar-se homem;
tornar-se mulher;
que a mãe, envergada de anos,
ainda sorri eterna;
ainda é instinto-canguru
e quer salvar o ar do mundo
no pulmão amazônico.

Quem não sabe?
Quem um dia não
nasceu filho de uma mãe?
de um pai ou de uma mata?

Neusa Azevedo

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