Na escola da escola encontrei
um professor que era além da escola,
o nome dele é Arnaldo, alto, alto, alto.
Por que não vejo, às vezes, esse homem Arnaldo?
Que lindo aquele professor briguento.
Melhor é nunca desperdiçar fala de aluno,
o maior engano, a maior gafe
ele aproveitava e com isso mestrava.
Hum! Hum! Brigamos por causa do gato e do rato
de Kafka: o gato domina o rato, ele dizia.
Eu retrucava: o rato pode aprender a driblar o gato,
nem sempre a imagem do forte sobressai, é a melhor.
Dois anos, deu-me ele para provar isso no Kafka.
Será que eu provei? Isso se apagou em minha memória.
Mas, ele um dia avisou-me num manuscrito:
“Pode me xingar nas madrugadas, porque eu quero
que aprenda o instrumental da língua por que a coisa
da literatura você já tem”. Em letras grafais e vermelhas.
Vermelho é meu tempo, meu digno amor de amar professor!
Meu tempo é de vermelho na roda gigante, no sorvete.
Meu tempo é vermelho de tamanha saudade e dor.
Neusa Azevedo
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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Onde está esse Arnaldo ..?
ResponderExcluirA figura expressiva do professor que mestra e que na gafe dos alunos sempre vinha a forma insusitada do aprendizado. O contexto pode-se referir em sinopse para algo entrelaçado entre o efetuar antes mesmo da cultura burocrática do ensino, talvez ..
" ... que aprenda o instrumental da língua por que a coisa da literatura você já tem"
E o desfecho leva a considerar que o tempo se passou, o aluno se vê agora distante da tão importante figura do professor.
Muito interessante o poema
Parabéns
Abraços ..
( Andy )