Não vegetal eu não sou.
Sou a folha de alface.
Não coqueiro eu não sou.
Sou o coco que cai.
Não tempero eu não sou.
Sou o sal que esparrama.
Não uma festa eu não sou.
Sou os poucos que restam.
Não uma cidade eu não sou.
Sou a praça esquecida.
Não uma fazenda eu não sou.
Sou a novilha que berra.
Não um retrós eu não sou.
Sou a linha que costura.
Não um chapéu eu não sou.
Sou a sombra da testa.
Não uma língua eu não sou.
Sou o português alquebrado.
Não o mundo eu não sou.
Sou o universo de um verso.
Se o todo eu não sou,
só parte é tudo e sou.
Neusa Azevedo
terça-feira, 2 de junho de 2009
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