Eu queria compor uma canção.
Uma canção bela, bela, tão bela
que mais bela fosse que minha vida.
Queria aproximá-la do mar e do ar e do amar.
Por onde onda? Onde está a canção mais bela?
Talvez pendendo caule, folhas e flor da primavera.
Reinventa-se perdida no verão que vem quente demais?
Será que ela vive nas árvores nuas e folhas caídas do outono?
Ou quem sabe se escondeu no inverno sulista de nosso país?
A canção mais bela foi quebrar as folhas nas músicas dos pés.
E o inverno quente dos edredons aquece meu corpo ardente.
Veio a mim todo o outono e me pus a pensar, a querer e a doer.
Assim a mistura das estações faz trança de flores em meus pés.
Tudo de tudo de mim, inclusive você, meu amor eminente.
A canção mais bela, que brinca de reinar em meu castelo,
liga-se pelos tempos que não se ligam e não se desprendem.
Porque todo o tempo se faz um na semente de quatro pés.
E vem a mim e se faz só um e brinca e canta minha canção mais bela
pra você que pode, enfim, morar dentro dela como o ar e o mar.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
Dia Branco
Eu ando pelas ruas.
Quero caminhar em busca de cores.
Que me importa o verde, o branco, o vermelho, o azul ou o amarelo!
Pode ser lilás, fugidio, apagado ou violeta até!
Quero pigmentos coloridos.
Mas ando, ando e ando e só há igual.
As ruas estão todas vazias.
Não há razão.
Tudo desconta passado.
Volto para casa também sem móveis e chão.
Se dormi a noite não avermelhou
Se sonhei o tempo não me acordou
A vigília é a namorada que não vi
Móveis imóveis, paredes desbotadas
Escreva meu tempo de revés de ontem
Paredes de ruas vacilantes
Quem morou ali, o que cria, o que fazia?
Escondidas noites enluaradas
De brancas, tão brancas me ceguei
Caí e no chão da história tropecei
Alucinam-me vãos, buracos e diferenças
Há na escuridão do branco da igualdade
A janela aberta das ruas que caminham pelas histórias
Há pedaços de mim nas rugas do velho
Há pedaços de mim no brilhante-diamante
Há pedaços de mim no horizonte-cerrado
Quantas cores? Quantas cores? Quantas cores?
O mundo abriu de vez as janelas?
Me enlouqueci de belezas?
Tudo é cor?
Ou sou eu que nasço muitos anos antes de mim?
Quero caminhar em busca de cores.
Que me importa o verde, o branco, o vermelho, o azul ou o amarelo!
Pode ser lilás, fugidio, apagado ou violeta até!
Quero pigmentos coloridos.
Mas ando, ando e ando e só há igual.
As ruas estão todas vazias.
Não há razão.
Tudo desconta passado.
Volto para casa também sem móveis e chão.
Se dormi a noite não avermelhou
Se sonhei o tempo não me acordou
A vigília é a namorada que não vi
Móveis imóveis, paredes desbotadas
Escreva meu tempo de revés de ontem
Paredes de ruas vacilantes
Quem morou ali, o que cria, o que fazia?
Escondidas noites enluaradas
De brancas, tão brancas me ceguei
Caí e no chão da história tropecei
Alucinam-me vãos, buracos e diferenças
Há na escuridão do branco da igualdade
A janela aberta das ruas que caminham pelas histórias
Há pedaços de mim nas rugas do velho
Há pedaços de mim no brilhante-diamante
Há pedaços de mim no horizonte-cerrado
Quantas cores? Quantas cores? Quantas cores?
O mundo abriu de vez as janelas?
Me enlouqueci de belezas?
Tudo é cor?
Ou sou eu que nasço muitos anos antes de mim?
sábado, 8 de outubro de 2011
Dois Irmãos: Bethânia e Caetano
Vai cordão da voz e diga lá o que eu não posso dizer aqui.
Meu peito arde por tanto querer expressar-se:
folhinha verde em galho, rosinha no caule abanando...
Já queria desde criancinha, cercar-me em dias e dias de árvores solitárias.
Eu as descobria ao longe sobre a relva verde e clara de doer os olhos.
Quando pequeninha li poesias na escola.
Pensei: peraltices: pique até a data de 31 de janeiro, anel de mão em mão, uva e maçã...
Onde fica a poesia? Sonhava com poemas escritos em nuvens. Lagos rodeando versos.
Uns aqui, outros namorados ali gostavam de meus versos, riam, saudavam.
E o coração em fogueiras alastrava mundo afora.
Os anos viviam em mim como textos insondáveis, inertes de fingimento tantos.
Poemas de rua, como meninos órfãos. Nasciam em bares, em esqüinas e em botequins. Hoje eu, às vezes, escrevo pestanejando, perguntando-me qual a morada da alma?.
Mas, venho bordando palavras de rendas limpas e manchadas.
Às vezes não sei por que escrevo.
Mas, adoraria que muitos me lessem.
Que o recanto das letras saltasse muros.
Eu, pequenina que sou, sonho com dois irmãos:
Bethânia e Caetano cantando minhas músicas. “Pena Miudinha” com eles? “Inquietações” em suas vozes?
Será que seriam tão belas como essa música linda que ouço agora:
“Tempo, tempo, tempo vou lhe fazer um pedido”:
Dêem minhas criações aos Leãozinhos das vozes melodiosas.
Meu peito arde por tanto querer expressar-se:
folhinha verde em galho, rosinha no caule abanando...
Já queria desde criancinha, cercar-me em dias e dias de árvores solitárias.
Eu as descobria ao longe sobre a relva verde e clara de doer os olhos.
Quando pequeninha li poesias na escola.
Pensei: peraltices: pique até a data de 31 de janeiro, anel de mão em mão, uva e maçã...
Onde fica a poesia? Sonhava com poemas escritos em nuvens. Lagos rodeando versos.
Uns aqui, outros namorados ali gostavam de meus versos, riam, saudavam.
E o coração em fogueiras alastrava mundo afora.
Os anos viviam em mim como textos insondáveis, inertes de fingimento tantos.
Poemas de rua, como meninos órfãos. Nasciam em bares, em esqüinas e em botequins. Hoje eu, às vezes, escrevo pestanejando, perguntando-me qual a morada da alma?.
Mas, venho bordando palavras de rendas limpas e manchadas.
Às vezes não sei por que escrevo.
Mas, adoraria que muitos me lessem.
Que o recanto das letras saltasse muros.
Eu, pequenina que sou, sonho com dois irmãos:
Bethânia e Caetano cantando minhas músicas. “Pena Miudinha” com eles? “Inquietações” em suas vozes?
Será que seriam tão belas como essa música linda que ouço agora:
“Tempo, tempo, tempo vou lhe fazer um pedido”:
Dêem minhas criações aos Leãozinhos das vozes melodiosas.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Vento-Despedida
-Vento, por que passas tão ligeiro?
-Porque vou levar notícias.
-Levar notícias aonde?
-Ao fim da vida.
-Não, não vás a este lugar.
-Só indo, cumprirei com meu destino de ar.
-Mas, por que o ar passa?
-Porque tudo há sempre de passar.
Até o sol passará.
-Daqui há milhões de anos.
-Sossegue. Dobre seus olhos e eu lhe roubarei a visão.
- Nem sequer minhas pupilas se mexem. Hei de respirar.
-Preciso partir. Sou o tempo que passa.
-Vento, neste adeus, pague-me flores da primavera enquanto elas existem e
vele-me na dor do adeus.
-Não se assuste, em tua partida respondo ao teu adeus.
-Nenhuma despedida é tão certa e difícil ao mesmo tempo.
-Não chores, assim molharás meu véu e sou irmão da morte amiga.
-Sim, Meu Ar, entregue-me meu trigo bom para levar a Deus o que colhi .
-Não se preocupe tu chegarás com os lírios do campo.
-Abane-me, abane-me. Revele-se em toda beleza e grandeza,
Já que o meu tempo chega e tu és o meu par.
Oh vento de todos os ventos.
-Não fales mais, tudo agora se transforma em aurora.
-Porque vou levar notícias.
-Levar notícias aonde?
-Ao fim da vida.
-Não, não vás a este lugar.
-Só indo, cumprirei com meu destino de ar.
-Mas, por que o ar passa?
-Porque tudo há sempre de passar.
Até o sol passará.
-Daqui há milhões de anos.
-Sossegue. Dobre seus olhos e eu lhe roubarei a visão.
- Nem sequer minhas pupilas se mexem. Hei de respirar.
-Preciso partir. Sou o tempo que passa.
-Vento, neste adeus, pague-me flores da primavera enquanto elas existem e
vele-me na dor do adeus.
-Não se assuste, em tua partida respondo ao teu adeus.
-Nenhuma despedida é tão certa e difícil ao mesmo tempo.
-Não chores, assim molharás meu véu e sou irmão da morte amiga.
-Sim, Meu Ar, entregue-me meu trigo bom para levar a Deus o que colhi .
-Não se preocupe tu chegarás com os lírios do campo.
-Abane-me, abane-me. Revele-se em toda beleza e grandeza,
Já que o meu tempo chega e tu és o meu par.
Oh vento de todos os ventos.
-Não fales mais, tudo agora se transforma em aurora.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
O Moço Que Chamam Louco
O moço caminha e vai só, muito só, de um jeito seu.
Todos os dias ele caminha todo o tempo...
Subindo e descendo ele caminha e caminha...
Este é seu afazer, dever de casa, tudo que há.
Não faz mal a ninguém. Não diz nada.
Só caminha e às vezes olha.
Quando enxerga um olhar.
Quem o vê, vê a esperança.
Quer ser entendido no olhar.
Moço pobre e rico moço.
Tem tudo: a boca para falar,
os olhos para sorrir, afirmar, negar
E acima de tudo caminha.
Vai pela mão e contramão.
Quem dera que um passante pudesse lhe dar qualquer coisa:
Um abraço, uma palavra, uma compreensão.
De vez em quando em sua pressa em caminhar
para chegar a lugar algum, ele para.
E com seu rosto castigado... fala oi.
Depois corre dando pulinhos saltitantes.
Ele é louco. Muitos têm medo dele.
Mas, o coitado que na vida só caminha acima e abaixo
Só quer sentir saudade da mãe que se foi e correr da solidão da inércia.
Vamos! Não tenham medo. Isso é loucura?
Dêem um sorriso e um perto de mão, ao menos, isso.
Todos os dias ele caminha todo o tempo...
Subindo e descendo ele caminha e caminha...
Este é seu afazer, dever de casa, tudo que há.
Não faz mal a ninguém. Não diz nada.
Só caminha e às vezes olha.
Quando enxerga um olhar.
Quem o vê, vê a esperança.
Quer ser entendido no olhar.
Moço pobre e rico moço.
Tem tudo: a boca para falar,
os olhos para sorrir, afirmar, negar
E acima de tudo caminha.
Vai pela mão e contramão.
Quem dera que um passante pudesse lhe dar qualquer coisa:
Um abraço, uma palavra, uma compreensão.
De vez em quando em sua pressa em caminhar
para chegar a lugar algum, ele para.
E com seu rosto castigado... fala oi.
Depois corre dando pulinhos saltitantes.
Ele é louco. Muitos têm medo dele.
Mas, o coitado que na vida só caminha acima e abaixo
Só quer sentir saudade da mãe que se foi e correr da solidão da inércia.
Vamos! Não tenham medo. Isso é loucura?
Dêem um sorriso e um perto de mão, ao menos, isso.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Enquanto Há Tempo, Meu Amor
Todas as horas. Passam todas as horas.
Se conto segundos e minutos, não importa.
As horas passam sem piedade.
Domingo passado já não repica mais o sino da missa,.
no próximo domingo é um novo repicar.
Tudo parece igual, mas não é. Tudo é novidade.
O aniversário de uma amiga que no ano passado foi na quinta,
hoje completará o ano seguinte de sua vida na sexta.
No natal, quando todos se abraçam e desejam paz uns aos outros,
noto na face de minha mãe uma cavada ruga a mais;
noto em meu pai os cabelos brancos que lhe tomam toda a cabeça.
O tempo é cruel. Ele não para na encruzilhada, nem ao menos na reta.
O tempo do tempo segue estrada afora e marca toda a diferença. Sempre,
tudo, tudo parece igual. Todo dia é dia. Toda noite é noite.
E vamos ora brincando, ora levando a sério.
Mas sempre na vida e pela vida, por anos a fio.
E você me beijou ontem numa esquina. Este beijo morre comigo também.
Tudo que é belo ou feio vai passar para além da fronteira.
Mas ouça mais uma vez: eu amo você.
Se conto segundos e minutos, não importa.
As horas passam sem piedade.
Domingo passado já não repica mais o sino da missa,.
no próximo domingo é um novo repicar.
Tudo parece igual, mas não é. Tudo é novidade.
O aniversário de uma amiga que no ano passado foi na quinta,
hoje completará o ano seguinte de sua vida na sexta.
No natal, quando todos se abraçam e desejam paz uns aos outros,
noto na face de minha mãe uma cavada ruga a mais;
noto em meu pai os cabelos brancos que lhe tomam toda a cabeça.
O tempo é cruel. Ele não para na encruzilhada, nem ao menos na reta.
O tempo do tempo segue estrada afora e marca toda a diferença. Sempre,
tudo, tudo parece igual. Todo dia é dia. Toda noite é noite.
E vamos ora brincando, ora levando a sério.
Mas sempre na vida e pela vida, por anos a fio.
E você me beijou ontem numa esquina. Este beijo morre comigo também.
Tudo que é belo ou feio vai passar para além da fronteira.
Mas ouça mais uma vez: eu amo você.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Banco à Minha Porta
Quando eu me sento no banco que fica na porta de minha casa,
vou reparando pessoas que passam tristes;
pessoas que passam alegres;
aqueles que andam devagar, pensativos;
outros que seguem correndo, um passo sempre a mais.
Não sei como me identifico com eles, mas me identifico.
Em todos passantes eu sigo meu reflexo.
Com os tristes eu sinto como dói meu coração por tudo que há.
Com os alegres eu descubro minha esperança em tudo que há.
Com os pensativos e lentos, eu questiono os desencontros em muita coisa que há.
Com os que seguem correndo eu percebo minha parte ansiosa que em instantes há.
Acontece que meu sentimento é um sentimento do mundo.
Eu sozinha sinto: tristeza, alegria, lentidão, indagações, ansiedade... o universo.
Mas, eu só estou pensando o que me vai ao peito, à mente.
Tudo é junto: idéia e coração.
Quem se salva primeiro? Nenhum. Idéia e coração são muito juntos, misturados.
A diferença é como eu pego o mundo pelas mãos e o miro.
O que tudo muda é: como meu olhar está sobre tudo que há e como eu vou manifestá-lo.
Estou sentada no banco à minha porta, sou como todos, todos como eu.
Mas que diferença o que vibra no olho de todos que passam.
Será que podemos chamar a isso de alma?
vou reparando pessoas que passam tristes;
pessoas que passam alegres;
aqueles que andam devagar, pensativos;
outros que seguem correndo, um passo sempre a mais.
Não sei como me identifico com eles, mas me identifico.
Em todos passantes eu sigo meu reflexo.
Com os tristes eu sinto como dói meu coração por tudo que há.
Com os alegres eu descubro minha esperança em tudo que há.
Com os pensativos e lentos, eu questiono os desencontros em muita coisa que há.
Com os que seguem correndo eu percebo minha parte ansiosa que em instantes há.
Acontece que meu sentimento é um sentimento do mundo.
Eu sozinha sinto: tristeza, alegria, lentidão, indagações, ansiedade... o universo.
Mas, eu só estou pensando o que me vai ao peito, à mente.
Tudo é junto: idéia e coração.
Quem se salva primeiro? Nenhum. Idéia e coração são muito juntos, misturados.
A diferença é como eu pego o mundo pelas mãos e o miro.
O que tudo muda é: como meu olhar está sobre tudo que há e como eu vou manifestá-lo.
Estou sentada no banco à minha porta, sou como todos, todos como eu.
Mas que diferença o que vibra no olho de todos que passam.
Será que podemos chamar a isso de alma?
Banco à Minha Porta
Quando eu me sento no banco que fica na porta de minha casa,
vou reparando pessoas que passam tristes;
pessoas que passam alegres;
aqueles que andam devagar, pensativos;
outros que seguem correndo, um passo sempre a mais.
Não sei como me identifico com eles, mas me identifico.
Em todos passantes eu sigo meu reflexo.
Com os tristes eu sinto como dói meu coração por tudo que há.
Com os alegres eu descubro minha esperança em tudo que há.
Com os pensativos e lentos, eu questiono os desencontros em muita coisa que há.
Com os que seguem correndo eu percebo minha parte ansiosa que em instantes há.
Acontece que meu sentimento é um sentimento do mundo.
Eu sozinha sinto: tristeza, alegria, lentidão, indagações, ansiedade... o universo.
Mas, eu só estou pensando o que me vai ao peito, à mente.
Tudo é junto: idéia e coração.
Quem se salva primeiro? Nenhum. Idéia e coração são muito juntos, misturados.
A diferença é como eu pego o mundo pelas mãos e o miro.
O que tudo muda é: como meu olhar está sobre tudo que há e como eu vou manifestá-lo.
Estou sentada no banco à minha porta, sou como todos, todos como eu.
Mas que diferença o que vibra no olho de todos que passam.
Será que podemos chamar a isso de alma?
vou reparando pessoas que passam tristes;
pessoas que passam alegres;
aqueles que andam devagar, pensativos;
outros que seguem correndo, um passo sempre a mais.
Não sei como me identifico com eles, mas me identifico.
Em todos passantes eu sigo meu reflexo.
Com os tristes eu sinto como dói meu coração por tudo que há.
Com os alegres eu descubro minha esperança em tudo que há.
Com os pensativos e lentos, eu questiono os desencontros em muita coisa que há.
Com os que seguem correndo eu percebo minha parte ansiosa que em instantes há.
Acontece que meu sentimento é um sentimento do mundo.
Eu sozinha sinto: tristeza, alegria, lentidão, indagações, ansiedade... o universo.
Mas, eu só estou pensando o que me vai ao peito, à mente.
Tudo é junto: idéia e coração.
Quem se salva primeiro? Nenhum. Idéia e coração são muito juntos, misturados.
A diferença é como eu pego o mundo pelas mãos e o miro.
O que tudo muda é: como meu olhar está sobre tudo que há e como eu vou manifestá-lo.
Estou sentada no banco à minha porta, sou como todos, todos como eu.
Mas que diferença o que vibra no olho de todos que passam.
Será que podemos chamar a isso de alma?
Banco à Minha Porta
Quando eu me sento no banco que fica na porta de minha casa,
vou reparando pessoas que passam tristes;
pessoas que passam alegres;
aqueles que andam devagar, pensativos;
outros que seguem correndo, um passo sempre a mais.
Não sei como me identifico com eles, mas me identifico.
Em todos passantes eu sigo meu reflexo.
Com os tristes eu sinto como dói meu coração por tudo que há.
Com os alegres eu descubro minha esperança em tudo que há.
Com os pensativos e lentos, eu questiono os desencontros em muita coisa que há.
Com os que seguem correndo eu percebo minha parte ansiosa que em instantes há.
Acontece que meu sentimento é um sentimento do mundo.
Eu sozinha sinto: tristeza, alegria, lentidão, indagações, ansiedade... o universo.
Mas, eu só estou pensando o que me vai ao peito, à mente.
Tudo é junto: idéia e coração.
Quem se salva primeiro? Nenhum. Idéia e coração são muito juntos, misturados.
A diferença é como eu pego o mundo pelas mãos e o miro.
O que tudo muda é: como meu olhar está sobre tudo que há e como eu vou manifestá-lo.
Estou sentada no banco à minha porta, sou como todos, todos como eu.
Mas que diferença o que vibra no olho de todos que passam.
Será que podemos chamar a isso de alma?
vou reparando pessoas que passam tristes;
pessoas que passam alegres;
aqueles que andam devagar, pensativos;
outros que seguem correndo, um passo sempre a mais.
Não sei como me identifico com eles, mas me identifico.
Em todos passantes eu sigo meu reflexo.
Com os tristes eu sinto como dói meu coração por tudo que há.
Com os alegres eu descubro minha esperança em tudo que há.
Com os pensativos e lentos, eu questiono os desencontros em muita coisa que há.
Com os que seguem correndo eu percebo minha parte ansiosa que em instantes há.
Acontece que meu sentimento é um sentimento do mundo.
Eu sozinha sinto: tristeza, alegria, lentidão, indagações, ansiedade... o universo.
Mas, eu só estou pensando o que me vai ao peito, à mente.
Tudo é junto: idéia e coração.
Quem se salva primeiro? Nenhum. Idéia e coração são muito juntos, misturados.
A diferença é como eu pego o mundo pelas mãos e o miro.
O que tudo muda é: como meu olhar está sobre tudo que há e como eu vou manifestá-lo.
Estou sentada no banco à minha porta, sou como todos, todos como eu.
Mas que diferença o que vibra no olho de todos que passam.
Será que podemos chamar a isso de alma?
Vamos brincar de roda?
Vamos brincar de ciranda
Roda, roda pega a canção
Vamos a rosa, a rodada
Ninguém para não, não
Vem, vem, você, José
Vem, vem, você João
Todos, todos, vêm,vêm
Vamos! De mãos dadas
Quem no centro da roda?
Vem! Maria e Joana
Escolhe, colhe a rosa
Da roda para brincar
Se tem ilusão, solta
a mão. Outra mão
Enlaçou? Gira, gira
Que festa é esta?
Somos peão na roda.
Somos sorte na vida.
Porque crianças, não
vamos deixar de ser.
Quem vai pegar a rosa da roda?
Roda, roda pega a canção
Vamos a rosa, a rodada
Ninguém para não, não
Vem, vem, você, José
Vem, vem, você João
Todos, todos, vêm,vêm
Vamos! De mãos dadas
Quem no centro da roda?
Vem! Maria e Joana
Escolhe, colhe a rosa
Da roda para brincar
Se tem ilusão, solta
a mão. Outra mão
Enlaçou? Gira, gira
Que festa é esta?
Somos peão na roda.
Somos sorte na vida.
Porque crianças, não
vamos deixar de ser.
Quem vai pegar a rosa da roda?
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Amor Proibido
Amor Proibido
Todo o tempo eu penso em ti
Desejo os teus beijos doces
vejo teu olhar em chamas
Pego em tuas mãos fortes
Mas, ai, ai,ai onde estás?
Em meu medo de amar.
Em teu santo violão...
Em tua bebida sagrada.
Todos os dias eu te quero...
Dia algum eu me aventuro
Tua vida é trancada...
Minha vida não tem chave.
Segredos e segredos...
Posso pensar em ti
em livres pensamentos.
Não posso ficar contigo.
Se uma vela acesa estiver
iluminando a noite escura.
no maior breu quero-te
Luzes de postes? Fujo.
Não há nada que me faça
libertar-me para ti?
Porque é a ti que eu amo.
Mas é a ti que renego.
Amo o que não é perdoável,
meu sincero e vadio amor,
esconda teu rosto na nota
de suas canções ao violão.
Quero perder-me na canção perdida.
Todo o tempo eu penso em ti
Desejo os teus beijos doces
vejo teu olhar em chamas
Pego em tuas mãos fortes
Mas, ai, ai,ai onde estás?
Em meu medo de amar.
Em teu santo violão...
Em tua bebida sagrada.
Todos os dias eu te quero...
Dia algum eu me aventuro
Tua vida é trancada...
Minha vida não tem chave.
Segredos e segredos...
Posso pensar em ti
em livres pensamentos.
Não posso ficar contigo.
Se uma vela acesa estiver
iluminando a noite escura.
no maior breu quero-te
Luzes de postes? Fujo.
Não há nada que me faça
libertar-me para ti?
Porque é a ti que eu amo.
Mas é a ti que renego.
Amo o que não é perdoável,
meu sincero e vadio amor,
esconda teu rosto na nota
de suas canções ao violão.
Quero perder-me na canção perdida.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Pessoas Raras
Gostar das pessoas é maravilhoso.
Mas, por que sempre sofremos?
Se alguém está em nossa rotina,
precisamos dele todos os dias.
Não cabe o vazio da falta,
porque algo passa a incomodar.
Mas se além de gostarmos de uma pessoa
ela passa a marcar um diferencial em nossas vidas,
ah aí sem ela tudo parece um barco sem rumo, sem porto.
Porque uma pessoa muito querida é uma luz em nossos corações.
Não é necessário que seja um amor, um companheiro.
Basta apenas esta pessoa ser única, não haver ninguém parecido a ela.
Essas pessoas especiais são jóias raras, encantadoras e sensíveis.
São capazes de gostar com zelo e sabem cuidar com liberdade.
Sabem que nem o pássaro, para quem a gaiola foi feita,
é justo prender. Erram, são humanas, mas sabem pedir perdão
com um sorriso, com um aperto de mão ou com uma fala sincera.
Por isso temos tanto apreço por essas pessoas: não às encontramos
em qualquer lugar desta cidade, ou deste país, ou mesmo do universo.
Ah! Ah! Há que se pelejar muito para refazer nossas rotinas sem pessoas
assim nascidas, vividas, amadas e raposas de pequeno príncipe.
Mas, por que sempre sofremos?
Se alguém está em nossa rotina,
precisamos dele todos os dias.
Não cabe o vazio da falta,
porque algo passa a incomodar.
Mas se além de gostarmos de uma pessoa
ela passa a marcar um diferencial em nossas vidas,
ah aí sem ela tudo parece um barco sem rumo, sem porto.
Porque uma pessoa muito querida é uma luz em nossos corações.
Não é necessário que seja um amor, um companheiro.
Basta apenas esta pessoa ser única, não haver ninguém parecido a ela.
Essas pessoas especiais são jóias raras, encantadoras e sensíveis.
São capazes de gostar com zelo e sabem cuidar com liberdade.
Sabem que nem o pássaro, para quem a gaiola foi feita,
é justo prender. Erram, são humanas, mas sabem pedir perdão
com um sorriso, com um aperto de mão ou com uma fala sincera.
Por isso temos tanto apreço por essas pessoas: não às encontramos
em qualquer lugar desta cidade, ou deste país, ou mesmo do universo.
Ah! Ah! Há que se pelejar muito para refazer nossas rotinas sem pessoas
assim nascidas, vividas, amadas e raposas de pequeno príncipe.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Busca
Caminho passos lentos pela sala. Vou indo. Vou vindo.
Anteriormente, eu pousava o corpo em uma poltrona.
Agora não, vou lentamente sentindo-me branca como a lua.
Eu descalço piso e repiso o chão e demoro nele e sigo.
Caminho. Como é bom caminhar. Pareço voar. Um leve voar.
Penso no sol do amanhecer e o fogo se acende para mim.
Neste instante, no entanto, estou tocando a luz do abajur.
Mais translúcido é o brilho da lua que entra pela janela.
Se a iluminação está forte tento fugir-me da claridade.
Quero o sutil, o brilho leve, a penumbra, a sombra.
Porque enquanto mudo passos no ir e vir pela casa
Vou assim: pelejando-me, sentindo-me, buscando-me.
Não só meus pés estão nus e se limitam soltos e molengos.
Eu toda estou nua e desnudo-me a devagar a vaga do amor.
Antes, porém, eu busco e reviro-me no profundo do meu ser.
Tudo pela minha alma ardida, perdida, fadada e alagada.
Anteriormente, eu pousava o corpo em uma poltrona.
Agora não, vou lentamente sentindo-me branca como a lua.
Eu descalço piso e repiso o chão e demoro nele e sigo.
Caminho. Como é bom caminhar. Pareço voar. Um leve voar.
Penso no sol do amanhecer e o fogo se acende para mim.
Neste instante, no entanto, estou tocando a luz do abajur.
Mais translúcido é o brilho da lua que entra pela janela.
Se a iluminação está forte tento fugir-me da claridade.
Quero o sutil, o brilho leve, a penumbra, a sombra.
Porque enquanto mudo passos no ir e vir pela casa
Vou assim: pelejando-me, sentindo-me, buscando-me.
Não só meus pés estão nus e se limitam soltos e molengos.
Eu toda estou nua e desnudo-me a devagar a vaga do amor.
Antes, porém, eu busco e reviro-me no profundo do meu ser.
Tudo pela minha alma ardida, perdida, fadada e alagada.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Para não Sentir mais Saudades
É tarde e não me vem o sono.
É noite e alguém me roubou a paz.
Se eu não consigo dormir vou pensar em você.
Chegou há um tempo atrás.
Não sei medir este tempo.
Sei lembrar-me de seus olhos.
O momento que eles choravam.
Você era um homem de lágrimas.
Um coração arquejante batia e muito.
Também suas mãos seguravam minhas mãos,
Com que calor, com que leveza.
Como falava suave e ardentemente.
Também beijava-me assim, assim.
Sabia fechar-me os olhos com os lábios.
Nosso encostar de boca a boca de boa noite.
Quando antes ou depois de dormir
virávamos caracóis nos braços do outro.
E girávamos, a cama rodava e sonhávamos.
Íamos longe, somente nós dois buscar amanhã.
No outro dia os outros conosco...
O mundo inteiro a vivermos nele.
Tropeçávamos, caíamos...
Não sabíamos ser mais de dois.
Nesta noite insone quanta falta você me faz.
Dói-me o umbigo, o ventre, o peito em chamas.
Dói-me tudo. Mas, mesmo nesta solidão tamanha
Eu sei que posso estar entre todos.
O mundo é inteiro, diverso e grande demais.
Esta noite eu vou dormir, amanhã também.
Você se foi e eu fiquei somente para ser feliz.
É noite e alguém me roubou a paz.
Se eu não consigo dormir vou pensar em você.
Chegou há um tempo atrás.
Não sei medir este tempo.
Sei lembrar-me de seus olhos.
O momento que eles choravam.
Você era um homem de lágrimas.
Um coração arquejante batia e muito.
Também suas mãos seguravam minhas mãos,
Com que calor, com que leveza.
Como falava suave e ardentemente.
Também beijava-me assim, assim.
Sabia fechar-me os olhos com os lábios.
Nosso encostar de boca a boca de boa noite.
Quando antes ou depois de dormir
virávamos caracóis nos braços do outro.
E girávamos, a cama rodava e sonhávamos.
Íamos longe, somente nós dois buscar amanhã.
No outro dia os outros conosco...
O mundo inteiro a vivermos nele.
Tropeçávamos, caíamos...
Não sabíamos ser mais de dois.
Nesta noite insone quanta falta você me faz.
Dói-me o umbigo, o ventre, o peito em chamas.
Dói-me tudo. Mas, mesmo nesta solidão tamanha
Eu sei que posso estar entre todos.
O mundo é inteiro, diverso e grande demais.
Esta noite eu vou dormir, amanhã também.
Você se foi e eu fiquei somente para ser feliz.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Um beijo no sempre
Andava eu, passos lentos sobre a calçada
e meu coração batia acelerado:
Que lembrança, ah! Que lembrança:
Seu lábio quente em minha boca.
Impedindo-me que falasse e dando-me tudo a dizer.
Não sei o tempo da eternidade.
Mas, sei que este momento a alcançou.
Eterno beijo eterno:
percorreu em um só segundo todo um universo.
Primeiro seus olhos fundos fincaram minha alma.
Em seguida seus dedos fortes percorreram minha nuca.
Seu olhar me perguntou. Posso?
Fiquei calada. A quietude dizia por mim.
Depois o movimento: sua boca em minha boca.
Nossas línguas se tocando, se cruzando.
Eu pensei naquele longo e interminável instante:
“entreguei-me: sou sua neste para sempre”.
Sei que vivi: fui feliz e infeliz e vivi tanto de tudo.
De tudo realmente não sei: mas, vivi forte e muito e fraca.
Mas, quanta vida vivi.
Igual àqueles minutos nunca.
Sua língua queimando-me a garganta.
Seu fôlego confundindo-se ao meu.
Não importa o que era antes.
O que fazer do que vem a ser depois.
Meus braços se entrelaçavam em seus braços.
Minha pele respondia à sua pele.
E nós fizemos à vida rodar veloz e silenciosa
no tempo em que não há relógio.
O seu beijo. Ah àquele beijo.
Hoje mora na saudade eterna.
e meu coração batia acelerado:
Que lembrança, ah! Que lembrança:
Seu lábio quente em minha boca.
Impedindo-me que falasse e dando-me tudo a dizer.
Não sei o tempo da eternidade.
Mas, sei que este momento a alcançou.
Eterno beijo eterno:
percorreu em um só segundo todo um universo.
Primeiro seus olhos fundos fincaram minha alma.
Em seguida seus dedos fortes percorreram minha nuca.
Seu olhar me perguntou. Posso?
Fiquei calada. A quietude dizia por mim.
Depois o movimento: sua boca em minha boca.
Nossas línguas se tocando, se cruzando.
Eu pensei naquele longo e interminável instante:
“entreguei-me: sou sua neste para sempre”.
Sei que vivi: fui feliz e infeliz e vivi tanto de tudo.
De tudo realmente não sei: mas, vivi forte e muito e fraca.
Mas, quanta vida vivi.
Igual àqueles minutos nunca.
Sua língua queimando-me a garganta.
Seu fôlego confundindo-se ao meu.
Não importa o que era antes.
O que fazer do que vem a ser depois.
Meus braços se entrelaçavam em seus braços.
Minha pele respondia à sua pele.
E nós fizemos à vida rodar veloz e silenciosa
no tempo em que não há relógio.
O seu beijo. Ah àquele beijo.
Hoje mora na saudade eterna.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Amor Errante
Se eu soubesse definir o amor
eu voltaria aos princípios nossos
e encontraria você sempre inteiro
como uma nuvem planando no céu
e desfazendo no chão...
O amor é assim:
muito bonito e alto e límpido...
Mas, às vezes é água,
e o mundo parece esquecimento.
O amor não tem uma altura exata...
Por ser incerto é nuvem que às vezes chove...
Como seu olhar que me olha fundo
e me surpreende indo ao chão.
Se o amor fosse rente e firme
eu lhe aceitaria para sempre.
Mas esses pingos de sentimento
Ferem-me o coração.
Aí eu me calo; aí eu me aquieto,
e nossas noites viram sonhos.
Quem me dera ter você nos braços entre lençóis...
Por um dia, por mil dias.
Mas este amor que é o meu amor
não sabe ser amor.
E você some entre meus dedos, entre minhas nuvens.
E o ar... o ar? O ar me falta.
eu voltaria aos princípios nossos
e encontraria você sempre inteiro
como uma nuvem planando no céu
e desfazendo no chão...
O amor é assim:
muito bonito e alto e límpido...
Mas, às vezes é água,
e o mundo parece esquecimento.
O amor não tem uma altura exata...
Por ser incerto é nuvem que às vezes chove...
Como seu olhar que me olha fundo
e me surpreende indo ao chão.
Se o amor fosse rente e firme
eu lhe aceitaria para sempre.
Mas esses pingos de sentimento
Ferem-me o coração.
Aí eu me calo; aí eu me aquieto,
e nossas noites viram sonhos.
Quem me dera ter você nos braços entre lençóis...
Por um dia, por mil dias.
Mas este amor que é o meu amor
não sabe ser amor.
E você some entre meus dedos, entre minhas nuvens.
E o ar... o ar? O ar me falta.
sábado, 7 de maio de 2011
Por Tanto Amor
Se no mundo nada mais restar
E as cores mudarem os tons
Se tu não me amares mais
O mundo realmente findará
Mas se os mais verdes mais verdes ficarem
Se o branco mais translúcido brilhar
Se o sol resplandecer no amanhecer
Quanto amor eu vou lhe dar e dar e dar
Se, então, seu sorriso não estiver inteiro
Eu vou pegar seu corpo como um edredom
E colar você em mim em voltas e voltas
Jogarei você para os ares e seu riso se abrirá
Perdoe-me, meu grande amor,
Pois quero o dia, o sol, as nuvens e as estrelas
ao seu lado. Eu como uma crisálida, você a borboleta
E as cores mudarem os tons
Se tu não me amares mais
O mundo realmente findará
Mas se os mais verdes mais verdes ficarem
Se o branco mais translúcido brilhar
Se o sol resplandecer no amanhecer
Quanto amor eu vou lhe dar e dar e dar
Se, então, seu sorriso não estiver inteiro
Eu vou pegar seu corpo como um edredom
E colar você em mim em voltas e voltas
Jogarei você para os ares e seu riso se abrirá
Perdoe-me, meu grande amor,
Pois quero o dia, o sol, as nuvens e as estrelas
ao seu lado. Eu como uma crisálida, você a borboleta
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Pais entre Filhos
Estou sentada e olho a mesa
Vazia. Nela só há saudades.
Saudades dos meus irmãos.
Saudades das minhas irmãs.
Meus pais cozem o tempo.
Eles amam a cor do jantar.
O prato imita gente. Sorri.
À refeição: tantos olhos.
Sim! São as cadeiras vazias.
São oito lugares bem vazios.
Eu no canto da mesa: nona.
Lembrando os sons de vozes.
Somos onze e a falta bate.
Cabelos brancos nos pais.
E a hora de deitar, se diz:
Apenas uma única bêncão.
São milhares os dias de uma
vida, de tantas vidas. São.
como um repicar de sino.
As badaladas não terminam.
O que fazer de minha saudade?
Como ocupar todas oito cadeiras?
Meu pai, minha mãe dê-nos a
todos nós bênçãos para sempre.
Vazia. Nela só há saudades.
Saudades dos meus irmãos.
Saudades das minhas irmãs.
Meus pais cozem o tempo.
Eles amam a cor do jantar.
O prato imita gente. Sorri.
À refeição: tantos olhos.
Sim! São as cadeiras vazias.
São oito lugares bem vazios.
Eu no canto da mesa: nona.
Lembrando os sons de vozes.
Somos onze e a falta bate.
Cabelos brancos nos pais.
E a hora de deitar, se diz:
Apenas uma única bêncão.
São milhares os dias de uma
vida, de tantas vidas. São.
como um repicar de sino.
As badaladas não terminam.
O que fazer de minha saudade?
Como ocupar todas oito cadeiras?
Meu pai, minha mãe dê-nos a
todos nós bênçãos para sempre.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Confissâo
Se um passo eu dou é certo que estarei adiante.
Se uma árvore eu planto é certo que melhorarei o mundo.
Se uma criança eu afago é certo que me purifico.
Se uma flor eu oferto a alguém é certo que o farei feliz.
Se termino uma discória é certo que conquistarei a paz.
Se em um rio eu me banho é certo que ficarei mais suave.
Se um trabalho eu realizo é certo que me torno mais competente.
E assim segue lista infinda a provar que podemos ser melhores.
O certo é que eu não caibo nesta busca da perfeição.
Dou muitos passos, mas trôpegos.
Não há no planeta terrra árvore plantada por mim.
Afagos que faço em crianças não são afagos de mãe.
Há tempos não dou sequer uma pequena flor a alguém.
Minhas discórdias, quando as tenho, pedem mudança e não paz.
Não tenho me banhado em rios, meu corpo anda seco.
Realizo trabalhos, mas não se projetam aos seus olhos.
Deus, Deus, ouça minha confissão e me responda:
É melhor ser uma ave que voa liberta que ser uma corrente que prende?
È melhor pecar e pedir perdão todos os dias de nossas vidas que não errar para acertar?
Perdoe-me, Oh! Deus meus pés descalços e sem rumo.
Se uma árvore eu planto é certo que melhorarei o mundo.
Se uma criança eu afago é certo que me purifico.
Se uma flor eu oferto a alguém é certo que o farei feliz.
Se termino uma discória é certo que conquistarei a paz.
Se em um rio eu me banho é certo que ficarei mais suave.
Se um trabalho eu realizo é certo que me torno mais competente.
E assim segue lista infinda a provar que podemos ser melhores.
O certo é que eu não caibo nesta busca da perfeição.
Dou muitos passos, mas trôpegos.
Não há no planeta terrra árvore plantada por mim.
Afagos que faço em crianças não são afagos de mãe.
Há tempos não dou sequer uma pequena flor a alguém.
Minhas discórdias, quando as tenho, pedem mudança e não paz.
Não tenho me banhado em rios, meu corpo anda seco.
Realizo trabalhos, mas não se projetam aos seus olhos.
Deus, Deus, ouça minha confissão e me responda:
É melhor ser uma ave que voa liberta que ser uma corrente que prende?
È melhor pecar e pedir perdão todos os dias de nossas vidas que não errar para acertar?
Perdoe-me, Oh! Deus meus pés descalços e sem rumo.
terça-feira, 29 de março de 2011
Alfabeto da Separação
Você é meu alfabeto.
Letra por letra.
Palavra por palavra.
Frase por frase.
Mas quando grito seu nome
é o lamento do eco quem responde.
São variadas as letras que clamam por você.
Porque em todas as combinações que eu puder fazer
misturo pseudônimos, apelidos glórios e inglórios.
E quantas silabas você ouve? Talvez uma, duas, três.
Mas você não ouve minha voz inteira.
Porque quem ouve responde, balbucia ao menos.
Quando o alfabeto entre nós dispersou as letras?
Lembro-me: nós debaixo da lua aprendendo sobre estrelas.
Nós nas ruas passando sorrindo para mil e mil pessoas.
E no banco da praça? Ouvíamos segredos de passarinhos.
E ainda e por cima de tudo, as nossas viagens.
Eram lindas de trem, ônibus, avião ou navio.
Íamos para eternidade o mundo era afora e sem fim.
Tínhamos o infinito a raiar todos nossos dias.
Eram muitos sonhos, os sonhos a despencar no tempo.
De silêncio em silêncio recordo você.
Pois as letras, as palavras e as frases
voltaram à pré-história.
E meu tempo anda de ré.
Letra por letra.
Palavra por palavra.
Frase por frase.
Mas quando grito seu nome
é o lamento do eco quem responde.
São variadas as letras que clamam por você.
Porque em todas as combinações que eu puder fazer
misturo pseudônimos, apelidos glórios e inglórios.
E quantas silabas você ouve? Talvez uma, duas, três.
Mas você não ouve minha voz inteira.
Porque quem ouve responde, balbucia ao menos.
Quando o alfabeto entre nós dispersou as letras?
Lembro-me: nós debaixo da lua aprendendo sobre estrelas.
Nós nas ruas passando sorrindo para mil e mil pessoas.
E no banco da praça? Ouvíamos segredos de passarinhos.
E ainda e por cima de tudo, as nossas viagens.
Eram lindas de trem, ônibus, avião ou navio.
Íamos para eternidade o mundo era afora e sem fim.
Tínhamos o infinito a raiar todos nossos dias.
Eram muitos sonhos, os sonhos a despencar no tempo.
De silêncio em silêncio recordo você.
Pois as letras, as palavras e as frases
voltaram à pré-história.
E meu tempo anda de ré.
sábado, 19 de março de 2011
Brava Vida
Uma velha, que por velha, não devia ser chamada assim.
Mas, a quero velha que sendo velha mais bonita parecerá.
Seus braços se ornavam de pulseiras coloridas.
Seus olhos, ah seus olhos! Brilhavam a cor de seus pulsos.
Adorava as manhãs, pela madrugada passava quieta.
Porém, ao iniciar as luzes do dia, sorria, sorria à vida.
Tinha dores a nossa velha amada? Tinha lágrimas?
Certamente ela tinha sim: os dissabores da vida.
No entanto, o quanto viveu havia lhe preparado à felicidade.
Mínimos gestos, pequenas palavras ela soletrava,
com tanto vigor, com tanta força,
que suas rugas se escondiam no encanto da vida.
Esperava pela morte? Não, ela tinha certeza dela.
E quando se tem certeza de alguma coisa não é preciso afrontá-la.
Lírios, rosas, pequeninas flores coloriam os seus dias. Que jardim!
Jardins solenes de sua vida. Porque em um trono ela se sentava.
Sabia ser a princesa, sem reinado, no tempo, em todo infinito.
Mas, a quero velha que sendo velha mais bonita parecerá.
Seus braços se ornavam de pulseiras coloridas.
Seus olhos, ah seus olhos! Brilhavam a cor de seus pulsos.
Adorava as manhãs, pela madrugada passava quieta.
Porém, ao iniciar as luzes do dia, sorria, sorria à vida.
Tinha dores a nossa velha amada? Tinha lágrimas?
Certamente ela tinha sim: os dissabores da vida.
No entanto, o quanto viveu havia lhe preparado à felicidade.
Mínimos gestos, pequenas palavras ela soletrava,
com tanto vigor, com tanta força,
que suas rugas se escondiam no encanto da vida.
Esperava pela morte? Não, ela tinha certeza dela.
E quando se tem certeza de alguma coisa não é preciso afrontá-la.
Lírios, rosas, pequeninas flores coloriam os seus dias. Que jardim!
Jardins solenes de sua vida. Porque em um trono ela se sentava.
Sabia ser a princesa, sem reinado, no tempo, em todo infinito.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Chuvas de Verão
Se as chuvas deste verão
Soubessem calar-me o pranto
Eu não me sentiria
Misturada às águas de março.
Estou com a janela fechada.
Pois o sol se mudou de país.
A porta, quando a abro,
Não vens tu! Não vens tu!
Mudou-se de continente.
Se todas as enxurradas que
Passam em minha rua,
Trouxessem você na correnteza
Mais sorrisos eu teria
Quando minha casa se abrisse.
Sol, vem falar-me
Pouse teus raios em meus pensamentos.
Dai-me a alegria de saber que existes
Que milhões de anos ainda vais durar
Se tu não apareces como meu amor também não
Eu não me importo de ver-me a chover
Mas, ah! ah!O verão vai passar, vai passar.
Então felizes secaremos com a estação
E meu amor hás de voltar, hás de voltar.
Para sempre, sempre hás de voltar.
Soubessem calar-me o pranto
Eu não me sentiria
Misturada às águas de março.
Estou com a janela fechada.
Pois o sol se mudou de país.
A porta, quando a abro,
Não vens tu! Não vens tu!
Mudou-se de continente.
Se todas as enxurradas que
Passam em minha rua,
Trouxessem você na correnteza
Mais sorrisos eu teria
Quando minha casa se abrisse.
Sol, vem falar-me
Pouse teus raios em meus pensamentos.
Dai-me a alegria de saber que existes
Que milhões de anos ainda vais durar
Se tu não apareces como meu amor também não
Eu não me importo de ver-me a chover
Mas, ah! ah!O verão vai passar, vai passar.
Então felizes secaremos com a estação
E meu amor hás de voltar, hás de voltar.
Para sempre, sempre hás de voltar.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Meu Amor Mendigo
O meu amor mendigo
Tem abrigo, tem abrigo
No seu casebre tem brio
Na soleira da porta fica
Um vê passar
Dois vê passar
Quantos?
Mil talvez veja passar
Qual diferença ele pode notar?
São tantos que sempre passam.
Uns são verdes
Outros amarelos
Alguns negros
Poucos vermelhos
São as cores variadas
Que meu amor pode notar
Se são tantas horas abaixo da porta
Perdido em vão quer falar
Ninguém há na soleira
Além dele não há ninguém
Horas e horas passadas
Toca, então, seu violão
No boteco há metros
Tão perto, que sua casa
Parece ouvir o dedilhar
É disso que meu amor tem saudade
De acreditar que em músico ele vá se tornar
Por que meu amor fica horas a fio na penumbra das ruas?
Porque um sonho ele pensa haver deixado escapar.
Não ouve quem ouvisse sua canção.
A que compôs pertinho do coração.
E talvez eu mendigue seus mistérios a gritar.
Tem abrigo, tem abrigo
No seu casebre tem brio
Na soleira da porta fica
Um vê passar
Dois vê passar
Quantos?
Mil talvez veja passar
Qual diferença ele pode notar?
São tantos que sempre passam.
Uns são verdes
Outros amarelos
Alguns negros
Poucos vermelhos
São as cores variadas
Que meu amor pode notar
Se são tantas horas abaixo da porta
Perdido em vão quer falar
Ninguém há na soleira
Além dele não há ninguém
Horas e horas passadas
Toca, então, seu violão
No boteco há metros
Tão perto, que sua casa
Parece ouvir o dedilhar
É disso que meu amor tem saudade
De acreditar que em músico ele vá se tornar
Por que meu amor fica horas a fio na penumbra das ruas?
Porque um sonho ele pensa haver deixado escapar.
Não ouve quem ouvisse sua canção.
A que compôs pertinho do coração.
E talvez eu mendigue seus mistérios a gritar.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Tempo espaço
Minha vida corre rápida e silenciosa.
Nos momentos tristes e nos felizes.
Nos de compaixão e de solidão.
Ela sempre anda para frente.
Às vezes quero voltar atrás,
Para deixar as coisas melhores.
Para deixar as coisas mais fáceis de compreender.
Para organizar a vida.
Às vezes me sinto culpado,
De julgar o tempo.
Porque ele se organiza pouco a pouco.
Às vezes lento; às vezes rápido.
Ele sempre se adianta.
Raul Gonçalves Azevedo Silva.
Estou postando este poema no meu blog porque gostei muito dele e foi escrito por meu sobrinho de 11 anos.
Nos momentos tristes e nos felizes.
Nos de compaixão e de solidão.
Ela sempre anda para frente.
Às vezes quero voltar atrás,
Para deixar as coisas melhores.
Para deixar as coisas mais fáceis de compreender.
Para organizar a vida.
Às vezes me sinto culpado,
De julgar o tempo.
Porque ele se organiza pouco a pouco.
Às vezes lento; às vezes rápido.
Ele sempre se adianta.
Raul Gonçalves Azevedo Silva.
Estou postando este poema no meu blog porque gostei muito dele e foi escrito por meu sobrinho de 11 anos.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Por Toda Vida
Parece que estou com uma impaciência em ver você.
Mas, você está tão perto que não consigo lhe alcançar.
Quem me dera, quem me dera você inteiro dentro do meu abraço.
Mas, você ultrapassou meu peito e agora o leite jorra.
Não, você não é meu filho para eu lhe amamentar.
E o líquido que sai de meu corpo é o alimento a lhe saciar.
Quantas histórias de amor já vividas em mim?
Quantas? Inúmeras. Mas, você é princípio e fim.
Outrora, quando apenas nos olhávamos.
Você era apenas mais um flerte.
O tempo foi passando sua mão me tocando.
Hoje! Tantos anos, tantas curvas.
Você me olha e seu olhar me desmancha.
Mas quando me põe a mão, me conserta.
Eu queria mesmo era me aproximar de você.
Como no início, como antes.
Mas, você está tão perto que eu não consigo lhe alcançar.
Mas, você está tão perto que não consigo lhe alcançar.
Quem me dera, quem me dera você inteiro dentro do meu abraço.
Mas, você ultrapassou meu peito e agora o leite jorra.
Não, você não é meu filho para eu lhe amamentar.
E o líquido que sai de meu corpo é o alimento a lhe saciar.
Quantas histórias de amor já vividas em mim?
Quantas? Inúmeras. Mas, você é princípio e fim.
Outrora, quando apenas nos olhávamos.
Você era apenas mais um flerte.
O tempo foi passando sua mão me tocando.
Hoje! Tantos anos, tantas curvas.
Você me olha e seu olhar me desmancha.
Mas quando me põe a mão, me conserta.
Eu queria mesmo era me aproximar de você.
Como no início, como antes.
Mas, você está tão perto que eu não consigo lhe alcançar.
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