O meu amor mendigo
Tem abrigo, tem abrigo
No seu casebre tem brio
Na soleira da porta fica
Um vê passar
Dois vê passar
Quantos?
Mil talvez veja passar
Qual diferença ele pode notar?
São tantos que sempre passam.
Uns são verdes
Outros amarelos
Alguns negros
Poucos vermelhos
São as cores variadas
Que meu amor pode notar
Se são tantas horas abaixo da porta
Perdido em vão quer falar
Ninguém há na soleira
Além dele não há ninguém
Horas e horas passadas
Toca, então, seu violão
No boteco há metros
Tão perto, que sua casa
Parece ouvir o dedilhar
É disso que meu amor tem saudade
De acreditar que em músico ele vá se tornar
Por que meu amor fica horas a fio na penumbra das ruas?
Porque um sonho ele pensa haver deixado escapar.
Não ouve quem ouvisse sua canção.
A que compôs pertinho do coração.
E talvez eu mendigue seus mistérios a gritar.
quinta-feira, 10 de março de 2011
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Bonjour Neusa,
ResponderExcluirRetribuindo a sua visita e agradecendo seu comentário.
A comparação com Florbela Espanca é um elogio por demais pesado e imerecido.
Fazendo uma brincadeira eu te diria...
"E, olhos postos em ti, digo de rastros:"
O dia que escrever como Florbela, paro eu de escrever e vou só ler-me.
"De que me adianta ter seu corpo e sentir seus olhos cegos?
Queria mesmo era sua alma dentro dos olhos."
(Neusa Maria de Azevedo)
Já estou acompanhando teu blog e tomei a liberdade de criar um link entre o meu Des sourires et des larmes e o seu Poemas de Neusa Azevedo.
Blog - Poemas de Neusa Azevedo
http://souriresetlarmes.blog.fr/disp/bloglist/73014/
Agradeço a oportunidade de de conhecer seu trabalho.
Bisou
Melina Coury
http://souriresetlarmes.blog.fr/
Gostoso de se ler...estou adorando.
ResponderExcluirRetribuindo a sua ilustre visita em meu blog "Coração e realidade: Poesia e nós"
ResponderExcluirNeusa, Muito obrigado pelas gentis palavras proferidas a mim e ao meu estilo. Procuro, como você mencionou, deixar fluir a escrita, sem maiores procupações estéticas. Fico muito feliz por gostar de meus escritos.
Este poema é muito interessante. O amor que temos dentro de nós, vagando por aí, em busca da redençaão. A tentativa e ver seu olhar em outro olhar, às vezes, "mendingando" uma chance.
Desculpa a demora em retribuir. Agora me tornarei assíduo leitor teu.
Uma ótima semana.
Um beijo,
Nathan Santos
http://nathanaraujo.zip.net