Eu queria compor uma canção.
Uma canção bela, bela, tão bela
que mais bela fosse que minha vida.
Queria aproximá-la do mar e do ar e do amar.
Por onde onda? Onde está a canção mais bela?
Talvez pendendo caule, folhas e flor da primavera.
Reinventa-se perdida no verão que vem quente demais?
Será que ela vive nas árvores nuas e folhas caídas do outono?
Ou quem sabe se escondeu no inverno sulista de nosso país?
A canção mais bela foi quebrar as folhas nas músicas dos pés.
E o inverno quente dos edredons aquece meu corpo ardente.
Veio a mim todo o outono e me pus a pensar, a querer e a doer.
Assim a mistura das estações faz trança de flores em meus pés.
Tudo de tudo de mim, inclusive você, meu amor eminente.
A canção mais bela, que brinca de reinar em meu castelo,
liga-se pelos tempos que não se ligam e não se desprendem.
Porque todo o tempo se faz um na semente de quatro pés.
E vem a mim e se faz só um e brinca e canta minha canção mais bela
pra você que pode, enfim, morar dentro dela como o ar e o mar.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
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