Você é meu alfabeto.
Letra por letra.
Palavra por palavra.
Frase por frase.
Mas quando grito seu nome
é o lamento do eco quem responde.
São variadas as letras que clamam por você.
Porque em todas as combinações que eu puder fazer
misturo pseudônimos, apelidos glórios e inglórios.
E quantas silabas você ouve? Talvez uma, duas, três.
Mas você não ouve minha voz inteira.
Porque quem ouve responde, balbucia ao menos.
Quando o alfabeto entre nós dispersou as letras?
Lembro-me: nós debaixo da lua aprendendo sobre estrelas.
Nós nas ruas passando sorrindo para mil e mil pessoas.
E no banco da praça? Ouvíamos segredos de passarinhos.
E ainda e por cima de tudo, as nossas viagens.
Eram lindas de trem, ônibus, avião ou navio.
Íamos para eternidade o mundo era afora e sem fim.
Tínhamos o infinito a raiar todos nossos dias.
Eram muitos sonhos, os sonhos a despencar no tempo.
De silêncio em silêncio recordo você.
Pois as letras, as palavras e as frases
voltaram à pré-história.
E meu tempo anda de ré.
terça-feira, 29 de março de 2011
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Palavras são boas para calar.
ResponderExcluirachei muito bom algo compartihado. Palavras, frases. Tudo faz sentido. Mas tenho tanto medo que de palavra em palavra aconteça como o desfecho de sua poesia.