Estou sentada e olho a mesa
Vazia. Nela só há saudades.
Saudades dos meus irmãos.
Saudades das minhas irmãs.
Meus pais cozem o tempo.
Eles amam a cor do jantar.
O prato imita gente. Sorri.
À refeição: tantos olhos.
Sim! São as cadeiras vazias.
São oito lugares bem vazios.
Eu no canto da mesa: nona.
Lembrando os sons de vozes.
Somos onze e a falta bate.
Cabelos brancos nos pais.
E a hora de deitar, se diz:
Apenas uma única bêncão.
São milhares os dias de uma
vida, de tantas vidas. São.
como um repicar de sino.
As badaladas não terminam.
O que fazer de minha saudade?
Como ocupar todas oito cadeiras?
Meu pai, minha mãe dê-nos a
todos nós bênçãos para sempre.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
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