Por que esta tristeza sem nome?
Por que este quedar sem encosto?
Por que esta vontade sem lugar?
Por que todas as ruas incertas?
Tem dias que a gente se sente um rosto sem marcas.
Lisa é a face por mais e mais que ela arrepie em anos.
Tantos são os caminhos que também foram embora.
Nem mesmo os anos de futuro incerto corrigem-me.
Porque há dias que nascem para nos dizer adeus.
Porque nossa face não é um livro dentro do tempo.
Porque nossos rumos sempre vão virar uma esquina.
Porque de amanhã vivem meus sonhos de agora.
Corrija-me virtudes dos ascetas.
Dê-me risos e sofás dos deuses.
Coloque-me face ao meu amor.
Dê-me ruas, avenidas e nomes.
Não há nenhum dia que não tece seu bordado.
sábado, 27 de novembro de 2010
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