Meus passos roçam o caminho.
A terra solta, o pé no chão.
os meus pés sangram.
A marca vermelha no céu.
Se eu fosse um menino puro.
Eu me abençoaria com a chuva.
Se eu fosse uma menina clara.
Eu me vestiria de sol amarelo.
Uma anciã contou-me um segredo:
De nada vale ser o que não se é.
Se eu soubesse o quanto sou.
Eu valeria um pássaro voador.
Adeus, poema triste e leve.
os passos vermelhos e marcados.
O menino e a menina que não se viram.
Uma senhora que somos duas.
Neusa Azevedo
sábado, 16 de outubro de 2010
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